Um dos principais benefícios da cultura digital na escola é a
possibilidade de o estudante estar em rede, participar de comunidades de
aprendizagem e não ficar isolado, restrito à sala de aula. A opinião é
da professora Rose Cerny, coordenadora de projetos institucionais de
educação a distância do Núcleo Multiprojetos de Tecnologia Educacional
da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
Para Rose, a cultura digital precisa ser reconhecida pela escola, com
a incorporação das tecnologias ao currículo, como recurso pedagógico
que favoreça o processo de ensino-aprendizagem. O uso pedagógico das
tecnologias, associado ao conteúdo especifico de cada disciplina do
currículo, segundo a professora, é um dos maiores desafios. Outro é a
formação inicial e continuada dos educadores.
Rose coordenou o desenvolvimento da proposta do curso de
especialização Educação na Cultura Digital, promovido pelo Ministério da
Educação, em parceria com a UFSC, e a produção de 31 módulos. Com
duração de um ano e meio, o curso teve início no segundo semestre de
2014, como projeto-piloto, nas universidades federais de Roraima (UFRR) e
de Ouro Preto (Ufop), além da UFSC. Voltado para educadores das escolas
das redes públicas, ele dá prioridade a quem esteja em exercício como
professor, gestor e formador dos núcleos de tecnologia estaduais e
municipais. “O objetivo é formar educadores para integrar, crítica e
criativamente, as tecnologias digitais de comunicação e informação aos
currículos escolares”, explica Rose.
Integração — Um dos coordenadores do curso em Santa
Catarina, o professor Henrique César da Silva, do Programa de
Pós-Graduação em Educação Científica e Tecnológica da UFSC, afirma que o
propósito é permitir, num trabalho coletivo de ação e reflexão, que os
integrantes da comunidade escolar “integrem crítica e criativamente as
tecnologias digitais aos currículos, deem visibilidade e compartilhem
esse trabalho”.
Mais de 600 educadores de cerca de cem escolas localizadas em todo o
estado participam das aulas. O curso, virtual, tem apoio da Secretaria
de Educação do estado, da União Nacional dos Dirigentes Municipais de
Educação (Undime) e das direções escolares. “Ele trata da relação entre
currículo e tecnologias digitais, entre escola e cultura digital e tem
núcleos específicos para gestores, formadores e professores de cada uma
das disciplinas da educação básica”, destaca Henrique, que também é
professor do Departamento de Metodologia de Ensino do Centro de Ciências
da Educação da UFSC.
Dinamismo — Professores, gestores e outros
funcionários da Escola Estadual Adelaide Konder, no município
catarinense de Navegantes, estão entre os participantes do curso de
especialização. Um deles é a pedagoga Tatiana Cardozo Anacleto
Gonçalves, assistente da direção da escola. Para ela, o uso das
tecnologias de informação e comunicação (TICs) na educação traz
dinamismo e entusiasmo às aulas. “O aluno aprende usando todos os
sentidos e, com isso, aprende mais”, salienta Tatiana, 18 anos de
magistério.
Para o professor de física e matemática Waldyr Carneiro de Campos, há oito anos no magistério, o curso ensina a usar a cultura digital e a forma de inseri-la nas aulas. “Procuro usar vídeos, imagens e simuladores, que ajudam na compreensão de conceitos complexos”, esclarece.
Para o professor de física e matemática Waldyr Carneiro de Campos, há oito anos no magistério, o curso ensina a usar a cultura digital e a forma de inseri-la nas aulas. “Procuro usar vídeos, imagens e simuladores, que ajudam na compreensão de conceitos complexos”, esclarece.
De acordo com a professora de filosofia Ângela da Fonseca, a
participação no curso tem sido um estímulo. “Todos ganham com a inserção
das tecnologias na sala de aula”, diz. A partir dos conhecimentos
adquiridos no curso, Ângela passou a adotar ferramentas como o google
drive, o blogue e o facebook para a visualização dos trabalhos.
“Aprendemos a fazer fórum na internet e a editar vídeos, mas estamos
sempre aprendendo, com um olhar atento para o novo”, destaca. “De certa
forma, as tecnologias digitais tornaram a tarefa de ensinar mais
dinâmica, muito diferente da geração anterior”.
Além disso, entre os benefícios de estimular a cultura digital na
escola. ela cita a possibilidade de disseminação de conhecimentos e
informações. “Se surgir um questionamento acerca de um conceito durante
uma aula, o professor pode fazer a pesquisa na hora ou ter acesso a um
vídeo que pode auxiliar”, diz. Ângela, que está no magistério há 11
anos, não descarta, no entanto, a importância fundamental de um bom
embasamento teórico do professor.
Fátima Schenini
Saiba mais no Jornal do Professor, na página do curso de especialização na internet e na Webdoc do curso.
FONTE: www.mec.gov.br
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