sexta-feira, 24 de julho de 2015

INSTITUTO CRIA REDE SOCIAL COM CONTEÚDO EDUCATIVO E DE GESTÃO

Ao adotar a ferramenta mais popular dos últimos tempos, o campus de Ceilândia do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Brasília (IFB) cria rede social própria, fortalece a comunicação entre escola e comunidade e inova nas práticas educacionais. É a IFSocial, rede on-line que funciona basicamente como o conhecido facebook, mas com conteúdos educativos, informativos e também voltados para a gestão escolar.
A IFSocial foi criada por professores do campus de Ceilândia como forma de apoio pedagógico e repositório de dados de toda a Rede Federal (Foto: reprodução)Ainda em fase experimental, a IFSocial é fruto de projeto de pesquisa dos professores Jocênio Marquios e Laura Misk. “Uma preocupação foi oferecer um ambiente semelhante ao das ferramentas existentes, com o diferencial de que, na nossa rede, teremos controle do conteúdo e poderemos instalar módulos próprios, como fóruns e blogues”, afirma Marquios.
Com o apoio de recursos conhecidos dos usuários de redes sociais, como chat e feed de notícias, a IFSocial possibilitará aos professores a postagem de conteúdos específicos de cada disciplina. Ações de formação profissional e pedagógica dos docentes do instituto também estarão disponíveis na rede. “Isso é compartilhar conhecimento: uma atividade específica de capacitação de professores, mas aberta a todos”, diz Luciano de Andrade Gomes, diretor de ensino, pesquisa e extensão do campus de Ceilândia.
A IFSocial foi criada para proporcionar comunicação e integração entre gestão, servidores e alunos no campus, mas passou a ser um projeto institucional. A rede será incorporada ao domínio do instituto com uma versão acadêmica e outra para a intranet do IFB. “A educação precisa de novas ferramentas que permitam a estudantes e docentes estar mais perto, com linguagem atual”, avalia o reitor do instituto, Wilson Conciani. “Seu uso educacional é um potencial enorme na construção do saber.”
A rede social apresentará conteúdo pedagógico, calendário acadêmico, informações técnicas, agenda de atividades, videoconferências, transmissão on-line, programação de eventos e todos os recursos hoje disponíveis na internet com fins educativos. “Temos a convicção de que a ferramenta não vai ficar só no IFB, mas pode crescer para toda a Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica, gerando um grande repositório de dados”, diz o professor Marquios.
Fonte: www.mec.gov.br

quinta-feira, 9 de julho de 2015

EM BRASÍLIA PAIS APRENDEM A PARTICIPAR DA ROTINA DOS FILHOS

Na prática e na teoria, a educadora Mariléa de Souza Martins tem a certeza de que a educação na escola deve ser construída em parceria com a família. Responsável pelos projetos pedagógicos da Escola-Classe 305 Sul, em Brasília, todos com a inclusão da família, a orientadora educacional defendeu, em 2014, na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, em Portugal, pesquisa de mestrado sobre o diferencial da presença dos pais na escola. “Vivemos numa sociedade capitalista, com as mães e os pais no mercado de trabalho, com cada vez menos tempo de acompanhar os estudos dos filhos, as tarefas de casa e passar um tempo prazeroso com eles”, diz. “E essa participação da família faz toda a diferença na educação.”
A partir da constatação de que a falta de tempo nos dias de hoje afasta os pais do ambiente escolar e compromete o rendimento dos alunos, Mariléa elaborou projetos interativos para aumentar a participação da família na agenda da escola, que atende 320 crianças de 6 a 11 anos de idade. Essa parceria tem resultado em maior motivação com as tarefas escolares e melhores notas. “Mandei uma malinha para a casa dos pais e os coloquei para ler”, conta a orientadora, referindo-se ao projeto Mala Voadora, do Serviço de Orientação Educacional da escola. Todas as semanas, uma família leva a malinha, que contém três livros, CD com músicas clássicas de Mozart e um jogo de cubos, com personagens desenhados. O material exige criatividade por parte da família para inventar uma história. Há ainda uma pasta com receita de bolo, que deve ser feito por pais e filhos, e dicas de alimentação saudável. A família tem o fim de semana para usar o material e realizar as atividades propostas, que devem ser fotografadas e descritas num caderninho de controle.
O projeto agradou a Maria Joana Ribeiro Ferreira e a Ismael Ferreira Domingos, pais da Giovanna Sofia, 8 anos, do terceiro ano. “Vivemos com pressa, e o tempo é sempre curto; se não tiver um direcionamento da escola, acabamos deixando as tarefas para o filho fazer sozinho”, diz Maria Joana. “A gente não costumava sentar para ler histórias e brincar com a Giovanna ou a Rafaella, nossa caçula de 3 anos, e a malinha nos despertou para acompanhar mais de perto as tarefas da escola.” 


Esmeralda Moreira Fernandes, mãe de Davi, 7 anos, aluno do segundo ano, espera a vez para levar a malinha para casa. Apesar de ser o primeiro ano do filho na escola, ela se considera uma parceira dos professores no processo educativo. “Temos liberdade para conversar, e graças a essa aproximação, percebi que o Davi tem talento artístico para a música e os desenhos”, conta a mãe, que o matriculou em aulas de bateria. “Ele produz textos a partir dos desenhos que faz e já compõe músicas.”
Horta — Além da Mala Voadora, a escola usa a horta para promover a aproximação entre a família e a escola e educar a todos sobre a importância de uma alimentação orgânica e saudável. “É a mãozinha de todos na terra da hora, das crianças, do professor da disciplina e dos pais”, comenta Mariléa. O espaço do cultivo não é muito grande, mas os canteiros exibem ao longo do ano letivo tomatinhos, couve, alface e ervas. Marlene Estrela, mãe de Gustavo Ramos, 8 anos, terceiro ano, participa do projeto. “Já vim aos sábados adubar e trazer mais sementes para plantar”, conta a mãe, que participa das reuniões mensais do ciclo de pais da escola. “Nem sempre dá para vir, mas esse compromisso é importante para acompanhar as atividades da escola e interagir com os professores, que estão abertos a nos ouvir”, explica.
Banny Gomes, mãe de Davi Guilherme, 10 anos, aluno do quinto ano, é parceira da escola na educação dos filhos há oito anos. “As minhas duas filhas mais velhas já estudaram aqui, e sempre houve essa relação de amizade e parceria entre pais e professores, que vai muito além dos dias festivos”, comenta. “Essa aproximação traz um ambiente de segurança, de acolhimento. A criança fica à vontade para aprender porque sente que a escola é uma extensão de casa.” (Rovênia Amorim)